sexta-feira, 7 de maio de 2010

Ser Intercultural

Durante a minha fala em uma de minhas aulas sobre educação intercultural, uma aluna me disse que estava confusa por ouvir tanto a palavra MUDANÇA. Respondi que é exatamente disso que se trata a educação intercultural: em mudança de posturas, atitudes, de valores e princípios; MUDANÇA na formação dos educadores, na forma de nos relacionarmos uns com os outros, nas modalidades tradicionais de refletir, de produzir e propor novas formas de aprendizagem.
Abraçar a educação intercultural não é tarefa fácil quando estamos muito enraizados na educação tradicional, a qual tenta ajustar ou excluir aqueles que não se adaptam a ela, em outras palavras,  há uma dificuldade de se lidar com a diversidade de padrões culturais quando a uniformidade e a monocultura são características fortes desse modelo tradicional. Contudo, essas características estão com seus dias contados, pois com as MUDANÇAS de ordem socio-político e a forte presença do pluralismo sociocultural, as bases sob a qual se sustenta a educação monocultural estão "balançadas". Mas para que essas bases sejam substituídas por outras, é necessário MUDANÇA por parte de todos aqueles que integram o sistema educativo: professores, alunos, instituições, membros da sociedade e governo. Dizem por aí que "uma andorinha só não faz verão" .
A interculturalidade não é apenas uma abordagem que prepara as pessoas para viverem em uma sociedade multicultural, é também um conjunto de princípios anti-racistas, anti-segregadores que defende a igualdade para todos.

Há muito o que dizer sobre Interculturalidade, há muito o que falar sobre educação, mas o tempo é curto na faculdade. Tento com minha nova visão de educadora intercultural (não me vejo mais de outra forma), passar para todos os meus atuais alunos do 8 semestre do curso de Letras com dupla habilitação em Português/Inglês, a idéia de que ser professor de línguas é mais do que ensinar o sistema linguístico da língua-alvo, é compreender e respeitar a cultura do outro; preparar seus alunos para interagirem com pessoas de culturas diferentes independente de suas nacionalidades e assim, aceitá-las como indivíduos que possuem outra visão de mundo, valores e comportamentos, além de fazê-los compreender que essa interação é uma experiência enriquecedora que provocará neles MUDANÇAS.

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